quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sem julgar

E esta noite, após muito tempo, tive o prazer de ajudar, sem julgar, sem me importar quem era e porque estava ali.
Certamente, amparado pelo meu mentor, não senti qualquer medo, apenas paz.

Desta vez, minha consciência abriu em um lugar estranho, deitado em uma cama em um quarto estranho. Uma casa bem antiga, bem grande, daquelas que vemos em filmes de terror e que eu gosto muito, toda de madeira trabalhada, de muito bom gosto.

Levanto-me da cama e com a visão meio turva devido a noite começo a desvendar a casa.
Tudo muito tranquilo, mas ainda assim, estava um pouco apreensivo. Estava em um lugar desconhecido, escuro.
Por alguns momentos, minha visão enegreceu, tive que parar e me concentrar um pouco para que o chakra frontal abrisse a ponto de minha visão voltar.
Tentei algumas vezes emanar luzes de minhas mãos ou criar forma-pensamento de luzes no local, em vão.

Passei por alguns quartos, escadaria, abria alguns móveis e tudo muito organizado.
Notei um movimento em um pequeno quarto que dava para uma sacada, era um pequeno gato brincando com sua bola de meia.
Entrei e notei um móvel no canto. Abri a gaveta em que metodicamente estavam arrumados diversos itens para fumar um cachimbo artesanalmente moldado em uma madeira nobre. Vislumbrei o trabalho sem mexer nos itens e logo fechei.
Andando pelo quarto, decido ir até a sacada, fechada por uma grande porta com vitrais e uma cortina finamente trabalhada, noto uma senhora, cabelos soltos, grisalhos e ondulados.
Ela se vira pra mim e imediatamente sou transportado para um local de baixa energia.
Me encontro na água, alto mar, uma grande lago...
Ao meu lado, um senhor, calvo nada freneticamente e eu o acompanho.
Ele esta bem cansado e por vezes solta alguns grunhidos de dor. Entendo por meio da intuição de meu mentor a mim que são seres que queimam e o picam logo abaixo da superfície da água.
Estou no umbral.

Ele nada em direção a um lugar que emana uma luz amarelada, como uma cidade e eu estou ali, ajudando-o.

Deste ponto em diante me recordo de alguns flashs.
Volto de encontro à senhora e entendo que era seu marido. Me parece que se separaram a muito tempo, ambos desencarnados e ela o espera naquela casa enorme, vazia e escura. Ele passa por sua penitência no umbral e naquele instante pude ajuda-lo em uma fase. Não tenho certeza de que ele tenha elevado seu espirito a ponto de encontra-la, mas ele passou por mais uma provação.

Sra Lara é o nome dela. Me recordo de ler e tentar gravar ao máximo seu nome e de seu marido em uma carta, mas apenas tenho certeza do dela.
Sebastião, este é o nome que me vem à cabeça quando desperto no corpo.

Ontem mesmo tive um papo de espiritualidade com uma amiga do trabalho e como é difícil seguir, ajudar sem julgar.
Vivemos em um momento muito delicado na humanidade, guerras, indiferenças, hipocrisia, extremismo. Mas acho que agora entendo que se não tiver ninguém que decida ajudar sem se importar com o que o outro defende, por mais errado que seja, cairemos em um abismo sem fim.


Paz e luz.

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