quarta-feira, 20 de abril de 2011

O nome dele é Ramés

Fiquei ensaiando como iniciar este relato, tentando falar algo bonito, puro, de acordo com a experiência que tive. Cheguei a conclusão que é impossível. No astral, os sentimentos são mais tênues, simples e belos, já aqui no corpo de carne, se tornam mais densos, pesados.

Deitei esta noite por volta das 23hs. Já há algum tempo não faço técnicas completas ou uso os áudios. Tento acostumar meu corpo astral, minha mente a exercitar-se sem a necessidade dos sons.
Como todos os dias, faço uma proteção em casa. Peço para espíritos deluz iluminarem a todos e à casa. Desta vez, enxergo a cor rosa e faço a energização.

Na manhã de hoje, acordei por volta das 7hs. Não senti nenhum EV nem nada, mas como sempre, procurei circular as energias até dormir. De 4ª. Feira é meu rodízio então posso dormir até um pouco mais tarde. Voltei a dormir e logo fico entro o estado de vigília e sono. Sinto as energias fluírem rápido, é o momento de me levantar.

Saio do corpo sem dificuldades. Abro a porta de meu quarto e logo avisto aquela luz amarelada, aconchegante. Vou em direção ao quarto de meus pais, centro de muitos encontros interessantes. O quarto esta vazio. Vejo apenas cadeiras vazias.
Abro a porta da sacada e a noite esta muito escura. Decido não sair. Por um momento fico em dúvida se estou fora do corpo. Volto ao meu quarto e me vejo deitado e decido andar pela casa (algo que fiz poucas vezes).

Desço as escadas e a escuridão é quase completa, a não ser por um ponto abaixo da escada que minha cachorra sempre teima em ficar olhando. Lá, a luz é a mesma da parte de cima.
Fico ao pé da escada e avisto um menino de uns 8 anos. Ele é meio mulato, cabelos encaracolados, esta de costas pra mim. Sua energia é densa, vejo sua aura enegrecida, ele tem espasmos. Me apoio na parede e levando a mão direita em sua direção. Ensaio uma reza que sai com muita dificuldade pedindo que seu caminho seja iluminado e que ele não sofra. Ele lentamente se vira pra mim, apenas a cabeça e o que vejo me deixa assustado. Seu rosto esta desfigurado, como se estivesse afogado há muito tempo ou se tivesse apanhado muito. Seus olhos mal abrem, sua coloração é roxa. A luz fica muito forte e perco a consciência e volto para o corpo.

Ainda estou em EV e decido sair novamente. A mesma luz envolve a parte de fora do meu quarto. Não há ninguém nos aposentos.
Saio pela sacada volitando e sou puxado sutilmente para um lugar. É uma casa.

Vários utensílios egípcios no local e um rapaz sentado.

Pele morena, olhos grandes, cabelos compridos e cavanhaque. Suas sobrancelhas são grossas.

Ao entrar ele se dirige a mim com um sorriso sutil, “-Olá Fulvio.”

-Você me conhece? Sabe que estou fora do corpo?

Ele consente com a cabeça com um sorriso acolhedor no rosto.

Pede para eu sentar ao lado dele e se dirige a mim com uma voz suave.

- Aqui estão alguns artefatos que utilizo para nos auxiliar no amparo, para lhe tirar do corpo também.
- Espere um pouco, então você é meu mentor ou um espírito superior? Arrisco perguntar.

Ele apenas consente novamente com a cabeça com o mesmo sorriso.
Aprendi nos cursos que na dúvida é bom exteriorizar energias. Se for mentira, logo a carapuça cai, e foi o que eu fiz dirijo minhas mãos para ele e exteriorizo energias. Nada acontece.

Ele se volta a mim dizendo ”-Parabéns, aprendeu bem meu filho.” Diz sorrindo.

-Quem é você?

Ele diz, Ramés e volta a minha atenção para um artefato e me explica algumas coisas que eu não me recordo.

Falo pra ele que logo devo voltar ao corpo e neste momento sinto-me ser puxado novamente.

Volto extasiado, e sinto um EV ainda e arrisco sair novamente. Saio e faço o mesmo caminho o encontro no mesmo lugar, mas não consigo manter a consciência e logo volto de vez para o corpo.

Leio muitos relatos e noto muitas vezes a preocupação das pessoas em apenas volitar, apenas sair pra ver como é, exteriorizar energias em qualquer espirito que encontram para se defender.
Sei que muitas vezes eles assustam, dão medo, é uma defesa, mas esquecemos que eles um dia estiveram ao nosso lado, em carne.

É difícil fazer esta distinção, é difícil amparar na carne e difícil pensar no bem que precisamos fazer fora dela também.

Como já disse, não sou santo, longe disso. Estou aqui para aprender e espero passar um pouco disso a alguém. O dom da projeção não é para brincadeiras, eles realmente precisam de nós e eu nunca fiz exercícios e estudei apenas para ser mais um, eu estudo para poder ajudar, entender e crescer, diferente de muito que vejo.

Acho que no final, como falam, o joio sempre é separado do trigo, e quando isso acontecer, espero estar do lado do “trigo” e ainda assim, ter consciência suficiente para ajudar ao “joio”.

Paz e luz.

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